sábado, 7 de março de 2015

Entrevista com Ananda Jacques

Vegana, cantora e compositora, essa é Ananda Jacques que vai tocar esse domingo no Festival do Quintal em Votorantim em parceria com Poeta em Queda.
A cantora recentemente esteve atualizando seu soundcloud com músicas gravadas em estúdio e assim iniciando as novas metas para realizar seu sonho.
Confira a entrevista e conheça um pouco mais sobre essa guria que veio para nos encantar: 

Ananda Jacques
 Foto: André Renato 


Você já cantou um estilo completamente diferente do MPB, o que te fez escolher mudar de estilo?
Sim, é verdade. Eu tocava baixo em uma banda de death metal e também arriscava uns vocais rasgados/guturais. Continuo ouvindo muito rock e metal, mas sempre gostei muito de MPB também, assim como gosto muito também da Música Negra em geral. Foi algo que simplesmente aconteceu, sem que eu pensasse que mudaria. Quando eu me dei contar, estava com várias composições populares e então resolvi desengavetar.

Que cantores te inspiram e que te ajudaram de alguma forma a ser cantora?
Quando criança, eu já ouvia muitos gêneros diferentes, graças aos meus familiares. Meu tio me mostrou o Rock, enquanto minha mãe e meu pai me mostraram a Bossa Nova.  E meu avô, queridíssimo, eternamente uma das pessoas mais importantes da minha vida, me mostrou tudo e mais um pouco, me ensinou muito e deve ser o culpado pelo meu gosto musical bipolar (risos). Mas sobre uma cantora, posso citar Adriana Calcanhotto, como uma das principais influências que tenho dentro da Música Brasileira, embora eu sempre tenha escutado muito pop internacional, o que também influencia o que tenho feito.

Como vão surgindo as suas letras? Quais são suas inspirações?
 As letras surgem ora como confissão ora como uma história que crio. Costumo dizer que quando não representam algo que estou vivendo, em sua maioria, elas escapam do meu mundo idealizado de possibilidades. Pode ser estranho para mim dizer isso, logo eu que passei a adolescência fugindo de ter uma vida regrada, até que alguém me ensinou que liberdade não era se obrigar a viver cada dia uma coisa diferente, mas experimentar muitas vezes a mesma vivência como a primeira vez. Mas a rotina sempre me inspira, a espontaneidade com que as coisas acontecem a minha volta, eu as observo e então escrevo, em um registro que é como se tirasse uma foto, onde o resultado não é exatamente aquilo que aconteceu, mas aquilo que eu vi.

Além da música, você se envolve em outras vertentes artísticas?
Sim, gosto muito de Fotografia e tenho um projeto nessa área. Tive experiências com o Teatro e com a Dança também. Considero que dialogar com outras áreas da Arte, conhecê-las, mesmo que de forma mais rasa e estar presente em outros meios que não seja estritamente o da Música, é muito importante para a minha formação como artista. E essa formação eu vejo durar uma vida inteira ou mais, já que estamos sempre nos construindo, descobrindo novas maneiras de expressão e aprimorando como iremos transmitir o que sentimos. Ah! E escrevo também coisas que escolho não musicar, em diferentes gêneros, mas por enquanto isso faz parte das atividades que mantenho para meu autoconhecimento.

O Festival do Quintal está chegando e você vai tocar nele. O que pretende tocar nele e a 
gente pode esperar alguma música nova para esse evento?
Eu não ia tocar no festival do Quintal, estava planejando uma viagem para esse final de semana. Como a viagem acabou não rolando, o queridíssimo Pedro Alberto (Poeta em Queda) me convidou para fazermos uma apresentação conjunta, como já fizemos algumas vezes. Tenho um carinho muito grande pelo trabalho dele e adianto que talvez eu chore com algum poema. Pretendo tocar desde músicas novas e cruas até músicas que já venho tocando, como Renúncia (https://soundcloud.com/ananda-jacques/renuncia). Particularmente, eu espero que nós façamos uma apresentação muito intimista e de muita doação, algo que se assemelhe a uma terapia coletiva – por quê não? (risos) – sobretudo, com uma troca de energias intensa e positiva. 

Ananda Jacques e Poeta em Queda
Foto: André Renato 




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